quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Escapadinha

Devo dizer que não gosto do meu último post. Estive vai não vai para o apagar, porque me parece demasiado triste e eu tenho que me deixar de tristezas. Está decidido.
Li um artigo sobre psicologia positiva que dizia que era importante cada um de nós desenvolver algumas actividades para potenciar o nosso bem estar, o nosso lado positivo e sugeriam como trabalho de casa escrever três coisas que correram bem no seu dia-a-dia e o motivo desse sucesso.
Como não sou muito adepta de receitas instantâneas, nem tenho a disciplina necessária para fazer isso diariamente, acabo sempre por adaptar estes exercícios à minha realidade. O mesmo é dizer que penso no assunto e acabo por não fazer nada em relação ao mesmo.
Numa tentativa de contrariar esta tendência, decidi fazer aqui uma exposição das coisas boas que me aconteceram no último fim de semana.









PS - Sou a favor destas escapadinhas. Renovam-nos a alma. Clarificam-nos o pensamento. Aproximam-nos de nós próprios, das nossas raízes, dos nossos sonhos e desejos.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Há-de flutuar uma cidade (parte 2)

Este é um dos meus poemas preferidos.
Houve alturas em que me identifiquei em pleno com ele. Quando parecia que a vida passava por mim, sem me acrescentar nada de novo.
Nos tempos em que a felicidade parecia uma miragem distante, em que me sentia uma pessimista incorrigível. E, no entanto, já percorri um longo caminho. Já senti na pele a felicidade, como um arrepio que traz um novo fôlego às nossas vidas. Valeu a pena. Vale a pena. É por saber isso que continuo a acreditar, a lutar, a ter esperança.

Há-de flutuar uma cidade

há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade

Al Berto

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Olhares

www.olhares.aeiou.pt
“Enquanto nos mantivermos em movimento não paramos para pensar na brevidade da nossa passagem pela vida.” 
Inês Pedrosa, in Expresso 

domingo, 5 de outubro de 2008

Uma década depois aprendi...

... a desconstruir muitas das ideias pré-concebidas que tinha.
A olhar para fora do meu umbigo, ainda que considere útil fechar-me nele de vez em quando.
Que é possível ter outro ângulo de visão.
Que o mais difícil de mudar são as mentalidades.
Que a amizade não é linear, pode ter várias "nuances" e que as verdadeiras resistem às tempestades mais ferozes e à distância.
Que o amor existe e que na sua essência está a cumplicidade dos gestos e dos olhares.
Que devemos manter a capacidade de olhar as coisas boas que nos acontecem diariamente.
Que não existem verdades absolutas, existem dúvidas, possibilidades, escolhas, caminhos, atalhos...
Que as nossas vidas estão permanentemente em construção.