Milan Kundera escreveu no livro
A Insustentável leveza do ser:
“Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é. Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes. Que escolher, então? O peso ou a leveza?”
“Pode sempre explicar-se o drama de uma vida através de uma metáfora do peso. Costuma dizer-se que nos caiu um fardo em cima. Carregamos com esse fardo, suportamo-lo ou não o suportamos. Lutamos com ele, perdemos ou ganhamos.”
A balança pendeu sempre mais para um dos lados. Nem sequer é difícil perceber qual. Mesmo assim, quando olho para trás sinto uma certa leveza. A leveza do peso que já passou.
Neste momento, impõe-se o jogo da paciência, de conhecer e respeitar as minhas próprias limitações, mas posso dizer que a recuperação, apesar de lenta, está no caminho certo. Um sinal disso, é que as consultas semanais passaram agora a ser quinzenais.