sexta-feira, 29 de maio de 2009

It feels so GOOD!

Depois de 3 semanas e 4 dias isolada, não encontro palavras para descrever a sensação que é sair à rua, fechar os olhos, abrir os braços, receber um novo dia, inspirar plenamente a suave brisa trazida pelo vento e sentir na pele o calor do sol. Mai bom.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Revejo-me nas palavras de...


"Considerar a nossa maior angústia como um incidente sem importância, não só na vida do universo, mas na da nossa alma, é o princípio da sabedoria. Considerar isto em pleno meio dessa angústia é a sabedoria inteira. No momento em que sofremos, parece que a dor humana é infinita. Mas nem a dor humana é infinita, pois nada há humano de infinito, nem a nossa dor vale mais que ser uma dor que nós temos."


Fernando Pessoa in Livro do Desassossego

É verdade que tenho estado ausente do mundo da blogosfera, não por opção, mas tão somente porque fiquei sem Internet... O facto é que coincidiu com aquela que foi, talvez, a semana mais longa da minha vida... Os dias, as horas, os minutos, os segundos intermináveis... Estou em fase de recuperação pós-transplante, os meus valores começam a dar os primeiros sinais positivos e com eles começo a ter novamente vontade para ler e escrever... Talvez um dia, à distância do tempo, consiga escrever sobre estas semanas de isolamento.

domingo, 10 de maio de 2009

Blindness / Ensaio sobre a Cegueira

Li o livro “Ensaio Sobre a Cegueira” por volta do ano 2000 e recordo-me bem deste facto, porque anteriormente tinha-me debatido para conseguir ler o “Memorial do Convento”, sem grande sucesso. O “Ensaio sobre a Cegueira”, pelo contrário, conquistou-me facilmente e logo nas primeiras linhas a curiosidade ficou ali a pairar. Depois outros se lhe seguiram, como “A Caverna”, “O Homem Duplicado”, “Ensaio sobre a Lucidez” e, mais recentemente “As Intermitências da Morte”.




Do livro que li há 9 anos atrás, recordo-me de uma história intrigante que começava com uma súbita epidemia de cegueira colectiva. Recordo-me do período de quarentena, das limitações do ser humano para realizar as tarefas mais básicas, dos que se aproveitaram desta situação para revelarem o seu lado mais obscuro, mais cruel, ganancioso e violento. E aqui reside, talvez, a parte mais chocante do livro. Nós próprios sentimo-nos cegos e angustiados durante a sua leitura e a única coisa que nos liberta de todos os horrores, é o facto de estarmos a ser guiados pelas mãos corajosas e bondosas de uma mulher que não cegou (a mulher do médico) e que é a grande testemunha do caos e da desordem entretanto instalados. É ela que inspira confiança, é nela que depositamos as nossas esperanças.
O filme representa bem o livro. Gostei especialmente dos contrastes luz branca/sombra que o realizador incutiu em diferentes passagens. Pessoalmente, tratou-se de rever no ecrã algo que já havia mexido comigo e que, 9 anos depois, não me deixou indiferente.
É por estas e por outras que dou conta que estou a ficar velha. 9 anos...

sábado, 9 de maio de 2009

Slumdog Millionaire

Este filme é uma viagem à Índia, uma Índia profunda, distante e desconhecida aos meus olhos. Uma Índia preenchida por mil cores, pela vivacidade das crianças dos subórbios e pela música inebriante.
A história deste filme envolve-nos, também, no cenário do famoso concurso “Quem quer ser milionário?”.
Jamal poderia ter sido um concorrente como tantos outros. Poderia, mas não foi. Em primeiro lugar, porque acaba por surpreender tudo e todos com as suas respostas. São respostas que ele aprendeu ao longo da sua vida, da sua experiência nas ruas, fora dos livros e da escola. E em segundo lugar, porque a razão que o levou a concorrer está relacionada com a sua própria história de amor com Latika: rapaz conhece rapariga, desencontram-se, voltam a encontrar-se, separam-se e ele tem esperança...



“I knew you would be watching.”
“This is our destiny.”

É um filme que preenche o imaginário de quem acredita ser possível dar o salto e ascender a algo mais, contrariando as piores possibilidades e expectativas.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Condicionamento

Entrei pela primeira vez neste quarto na segunda feira ao final da tarde.
É um quarto acolhedor, amplo, com uma televisão, um leitor de dvd's, uma bicicleta de ginástica, um roupeiro e, claro, uma cama. É tudo muito simples. Depois temos uma janela com vista para o centro comercial, para o metro, para o hotel e para o parque de estacionamento.
Para minha grande surpresa, a comida aqui é muito boa: pão quentinho com a manteiga a derreter por cima, ovos mexidos pasteurizados, batatas fritas, sopa de canja de galinha, sumos da compal, peixe no forno, bifinhos com arroz... Era capaz de me habituar a isto :)
Nestes próximos tempos poderei falar-vos dos livros e dos filmes que trouxe. Por falar nos livros, tinha eu andado com todo o cuidado a pegar neles, para os manter novos e intactos e eis que chegam às mãos do IPO e o processo de esterialização transformou-os por completo. Estão praticamente irreconhecíveis, muito amarelos e amarrotados :(
À parte deste percalço, está tudo a correr conforme o previsto, muita quimio e muito soro.

E umas saudades de beber um café a seguir ao almoço... Isso é que era, mas neste caso vou ter mesmo que me ficar pela imagem.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ainda do Fim de Semana Prolongado...


... pequenas preciosidades da natureza

Do Fim de Semana Prolongado...

... guardo o teu sorriso lindo, o teu olhar meigo e atento, as tuas mãos estendidas nas minhas, os teus abraços, bem apertadinhos... Minha Pérola do Alântico.

...guardo os almoços em família, com o cheiro da comidinha a insinuar-se do forno, assim como os vossos passos e vozes a deambularem pela casa enquando eu ainda estou meia a dormir.

... guardo, sem darem por isso, os vossos rostos. Um a um: o do pai, o da mãe, o do mano, o da V., o da avó, o da madrinha, o do padrinho e o do priminho. Obrigada por me terem dado os alicerces, por fazerem de mim aquilo que hoje sou, por me apoiarem sempre, por acreditarem em mim!

... guardo dos meus amigos tudo o que eles são e tudo o que me têm dado e ensinado. Sem balanças para medir o que uns dão a mais e outros a menos, importa saber que são amizades genuínas, verdadeiras, umas antigas, outras mais recentes, nem sempre perfeitas, mas sempre presentes no meu coração.

... guardo entusiasticamente todas as sms´s de apoio que me enviam, as mensagens deixadas na caixa do correio electrónico, os telefonemas do tipo «era só para ouvir a tua voz, saber que estás bem» e, claro, os comentários no blog que me deram a oportunidade de conhecer pessoas novas e de me reaproximar de outras que toda a vida estiveram ali do meu lado. Sei disso agora...