domingo, 10 de maio de 2009

Blindness / Ensaio sobre a Cegueira

Li o livro “Ensaio Sobre a Cegueira” por volta do ano 2000 e recordo-me bem deste facto, porque anteriormente tinha-me debatido para conseguir ler o “Memorial do Convento”, sem grande sucesso. O “Ensaio sobre a Cegueira”, pelo contrário, conquistou-me facilmente e logo nas primeiras linhas a curiosidade ficou ali a pairar. Depois outros se lhe seguiram, como “A Caverna”, “O Homem Duplicado”, “Ensaio sobre a Lucidez” e, mais recentemente “As Intermitências da Morte”.




Do livro que li há 9 anos atrás, recordo-me de uma história intrigante que começava com uma súbita epidemia de cegueira colectiva. Recordo-me do período de quarentena, das limitações do ser humano para realizar as tarefas mais básicas, dos que se aproveitaram desta situação para revelarem o seu lado mais obscuro, mais cruel, ganancioso e violento. E aqui reside, talvez, a parte mais chocante do livro. Nós próprios sentimo-nos cegos e angustiados durante a sua leitura e a única coisa que nos liberta de todos os horrores, é o facto de estarmos a ser guiados pelas mãos corajosas e bondosas de uma mulher que não cegou (a mulher do médico) e que é a grande testemunha do caos e da desordem entretanto instalados. É ela que inspira confiança, é nela que depositamos as nossas esperanças.
O filme representa bem o livro. Gostei especialmente dos contrastes luz branca/sombra que o realizador incutiu em diferentes passagens. Pessoalmente, tratou-se de rever no ecrã algo que já havia mexido comigo e que, 9 anos depois, não me deixou indiferente.
É por estas e por outras que dou conta que estou a ficar velha. 9 anos...

5 comentários:

Mimi disse...

Partilho da tua opinião.
O ensaio sobre a cegueira abriu-me as portas para Saramago.

Adorei o livro e adorei o filme também.

Um grande beijinho,

Andreia disse...

LOL!! A minha conchinha velhota!!! Nunca te esqueças que és como o vinho do Porto! Quanto mais velha melhor!! Lol

Em relação ao Saramago, já perdi o número de vezes que tentei ler o "Memorial do Convento"...

Um beijinho muito grande cheio de força e energia positiva.

Anônimo disse...

9 anos!... Como depressa passa o tempo!... :) Não gosto muito de ler, mas... como tu... também gosto do mar, do cheiro a maresia, do ritmos das ondas, da vista do farol, até gosto do vento... aquele vento frio que leva os maus pensamentos e nos arrepia, acho que até é terapeutico... Olha, vai escrevendo sobre o que lês, que é para ver se eu aprendo mais alguma coisita :) Bjinho violeta

Deeper disse...

Amiga! Estes últimos dias tenho pensado muito em ti. Estou com muitas saudades. Por favor manda-me notícias! Fiquei muito feliz por saber que está tudo a correr como prevíamos. Tenho a certeza que 99% do trabalho é mesmo realizado por ti, porque acreditas. Eu, que sou uma Maria vai com as outras (ou, neste caso, contigo) também! Quero mesmo voltar a ver-te o mais depressa possível! Se passar pelo Porto nos próximos tempos aviso. Beijinhos muito, muito grandes

Estreliña disse...

Não tenho estado, é verdade....

Estou e não estou....

Espero que estejas bem...

Beijinhos....