Hoje disseram-me que eu tenho um coração bonito e não estavam a falar no sentido figurado. Estavam a falar desse órgão poderoso, musculado e, no meu caso, diagnosticado como muito acelerado. A imagem captada pelo ecocardiograma é indescritível, a fazer lembrar uma tesoura a abrir a fechar (não é a melhor das associações, mas foi mesmo a que me ocorreu).
Disseram-me, também, que não tenho qualquer indício de doença cardíaca e que os muitos tratamentos que tenho feito explicam grande parte dos sintomas que tenho tido e que, na última semana, me familiarizaram com expressões como lipotimia, sincope e taquicardia sinusal.
Na verdade, é um coração que levou um embate tremendo e que ainda não se recompôs.
Eu tinha acabado de viver um dos momentos mais felizes da minha vida, dias excepcionais a que convencionalmente designamos por lua de mel. Momentos que foram abruptamente interrompidos.
Talvez por isso haja no meu coração uma imensa dor quando olho para ti, para nós, porque sei que podia e devia ser tão diferente.
Há no meu coração uma profunda tristeza quando me deparo com esta dura realidade que é minha, mas também de todos aqueles que me amam.
Há 7 anos